A primeira revolução industrial (meados do século XVIII) vulgarizou a utilização do ferro e do carvão. Quase 100 anos depois, os países desenvolvidos assistiram à segunda revolução industrial, onde não só a utilização do aço e do petróleo na indústria se generalizou, como também a produção em massa e os sistemas de rede elétrica. Há 50 anos atrás assistimos à denominada revolução digital, com o aparecimento dos computadores, dos robots e posteriormente da internet. Uns anos depois, a quarta revolução industrial (com as fábricas inteligentes) e atualmente a indústria 5.0, onde as máquinas e os sistemas inteligentes passam a servir sobretudo as pessoas, melhorando a sua qualidade de vida e o ambiente.
À medida que esta evolução foi ocorrendo, surgiram também novas formas e metodologias de gestão e conceitos como trabalho remoto, empatia, inteligência emocional e felicidade no local de trabalho passaram a fazer parte do vocabulário dos líderes e das equipas de gestão.
Para além das hard skills, as empresas passaram a valorizar também as soft skills. Capacidades como a comunicação e a liderança, a resiliência e a proatividade, a capacidade de trabalhar em equipa e a criatividade, são hoje tão valorizadas como as capacidades técnicas. Mas como poderá um jovem, que ainda não entrou no mercado de trabalho, desenvolver as suas soft skills?
Com muito espírito de iniciativa e vontade de fazer acontecer… Atividades como voluntariado, a organização de eventos, a integração em associações, clubes e grupos temáticos de jovens, fazer formação complementar à académica, participar em programas de intercâmbio como o Erasmus e até a prática de desporto podem tanto contribuir quer para o desenvolvimento de soft skills, como para a diferenciação no processo de recrutamento.
Somos seres sociais. Desde a pré-história que o Homem vive em sociedade, assumindo normalmente características e hábitos do grupo em que estamos inseridos. É normal que partilhemos hábitos e tendências, mas no mercado de trabalho (e sobretudo no processo de recrutamento) a diferenciação pode ser a chave.
Atualmente não basta ter formação académica adequada para garantir a entrada numa organização, assim, é importante perceber como nos podemos destacar na área em que pretendemos trabalhar. Fatores como a capacidade de nos mantermos sempre atualizados (procurando sempre aprender), de nos conseguirmos colocar no lugar do outro (a tão valorizada empatia) e até a capacidade de falarmos fluentemente uma outra língua podem ser fatores de destaque.
A imagem pessoal ganha também relevância, pois a opinião que ‘o outro’ tem da nossa pessoa – seja este colega de turma/de trabalho, o professor ou até o chefe – poderá ter bastante influência no nosso percurso profissional. No digital este fator é igualmente importante, pois muitas organizações pesquisam online informação sobre os candidatos antes da entrevista. Assim, para além de uma atitude positiva, é importante que tenhamos também cuidado na forma como falamos e ao tipo de linguagem que utilizamos (quer nas nossas relações sociais como nas interações digitais/redes sociais).
É importante ter em conta de que tanto a procura de emprego como a entrada no mercado de trabalho são processos que podem não ser lineares, podendo estar marcados por altos e baixos, por isso termino este artigo com uma frase de um dos poemas que mais me inspira, da autoria de Walt Whitman: ‘(…) Não deixes que (o dia) termine sem teres crescido um pouco’, por isso aproveita as oportunidades, tenta, erra, aprende, volta a tentar, a errar e a aprender… Mas sobretudo, faz coisas extraordinárias.
(Economic Development Division)