As guidelines que (não) se ensinam

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Artigo elaborado por Sandra Cerqueira

Começo este artigo por agradecer à AAUMinhoo convite que me dirigiram para partilhar com acomunidade académica, em particular os estudantes universitários, uma reflexão pessoal eexperiente sobre a exigente e imprevisível fase que vos espera no mundo profissional.

A minha expectativa é de que no final desta reflexão, eu tenha contribuído para atenuar o sentimento de incerteza, e ao mesmo tempo traçar algumas guidelines e caminhos para esta importante etapa que vos espera.

Quando fizeram a vossa opção sobre qual o curso universitário que gostariam de concretizar, certamente teriam nessa altura em mente o que gostariam de fazer profissionalmente. Mas nem sempre é assim.

Entre os vários motivos subjacentes ao facto de nem sempre ser assim, gostava de me focar mais na constatação de que a sociedade e o mundo estão em constante evolução e naturalmente as organizações se vão adaptando e com isso surge uma imensidão de oportunidades e possibilidades de explorar novas profissões, mesmo dentro da mesma área de formação académica de base. E ainda bem que assim o é. Acreditem que a vossa formação de base será apenas o início.

Assim, começo esta minha reflexão, com três importantes orientações, que espero vos sejam úteis, nesta nova fase que inauguram.

Primeiro: Foco e Determinação.

Independentemente da formação académica, existem alguns aspetos que considero diferenciadores e desde logo mandatários. Por isso merecem foco e determinação:

  1. Adquirir experiência internacional, quer seja ao nível de formação ou especialização complementar, quer seja em contexto de trabalho numa organização fora de Portugal. Construir o nosso percurso académico e profissional emcontexto internacional oferece vantagens a tantos níveis, não só nas dimensões mencionadas anteriormente como também na vertente social, humana e cultural. Mas regressem ao nosso país e participem no seu desenvolvimento com todo o conhecimento e experiência adquiridos.
  2. Nunca estagnar ou acomodar. Procurar alargar sempre os vossos horizontes. Ter uma atitude aberta à mudança, absorver ensinamentos daqueles que vos rodeiam eprocurar colocar-se sempre numa posição deaprendizado. Ter uma atitude de formação continua.
  3. Ser empática(o) e humilde. Nunca confundira empatia com fraqueza ou ser-se pouco agressiva(o). A humildade é uma qualidadede enorme importância pois assumir responsabilidades sem arrogância e prepotência é o reflexo de uma pessoa que conhece as suas próprias limitações, que respeita e é cordial na relação com os outros.

Segundo: Aposta nas competências transversais. Não tenham dúvidas que a Universidade vos prepara bem para as competências técnicas. Nas organizações colocamo-las em prática, aprofundamos estas competências e desenvolvemos outras.

Nos últimos anos tenho acompanhado aevolução e esforço das Universidades em dar resposta a algumas lacunas identificadas pelas empresas, designadamente a adequação da formação para uma aposta nas competências transversais. Aquelas que conhecemos como competências emocionais e comportamentais. A minha experiência tem-me mostrado que estas competências são essenciais para um bom desempenho profissional, independentemente da formação de base.

É fulcral que haja formação em áreas como a liderança, a iniciativa, a proatividade, e assertividade, o trabalho em equipa, a gestão de equipas, a gestão do tempo, a tolerância ao stress, estimular a criatividade e inovação. Isto para mencionar alguns. A título pessoal, além das competências técnicas que tenho e que me permitiram evoluir profissionalmente, considero que as competências transversais tiveram um papel importante na minha evolução pessoal e profissional. Não assumam que muitas daquelas competências são inatas, que nascem com cada indivíduo. Nunca como hoje tivemos tanto talento, tanto quadros altamente qualificados. A diferenciação pode estar precisamente em ter pessoas nas nossas organizações que evidenciam, além dacompetência técnica, outras capacidades maisdo foro emocional e social.

Terceiro: O maior desafio está na gestão depessoas.

O grande ativo de uma organização são aspessoas. Mas também a área mais desafiantee complexa é gerir pessoas.

Como gestores, líderes de uma organização ou equipa não tenham medo de “empoderar” os vossos trabalhadores(as), capacitá-los, delegar, dar autonomia. Ao descentralizar poder dedecisão significa responsabilizar.

Sou uma acérrima defensora de que um líder deve promover a participação dos colaboradores nas atividades da empresa, no processode decisão, conferindo-lhes maior autonomia de decisão, pois assim serão os primeiros a apropriarem-se das medidas implementadas.

Repetidamente o afirmo. Enquanto gestora e líder o que mais valorizo é a proximidade que estabeleço com os meus colaboradores. É permitir-me conhecer bem a organização e os colaboradores que nela trabalham, e que são os principais motores para o sucesso da empresa.

É muito gratificante potenciar o talento individualdos colaboradores, participar no seu crescimento individual dentro da empresa. A empresa só tem a ganhar com esse crescimento.

O melhor conselho que vos posso dar é: procurem gerir e relacionar-se com os vossos colaboradores de forma honesta, rigorosa, transparente e criem confiança com a equipa. Estabeleçam uma comunicação direta, clara e verdadeira.

Se no vosso percurso, enquanto gestores e líderes, se lembrarem destas palavras, destes valores, vertidos aqui num registo muito cândido e pessoal, então terá valido a pena escrevereste artigo.

Sandra Cerqueira

Executive Board Member at TUB – Transportes Urbanos de Braga MBA Porto Business Schooler of the Accenture Technology Center Braga

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